2014 um pouco de Josy

“Às vezes precisamos ajudar as pessoas a enxergar o que realmente é importante na vida, inclusive no trabalho. Outro dia minha cliente-usuária estava toda nervosa porque o projeto tinha perdido nosso melhor analista de requisitos. Ela reclamava do novo analista, eu tentava apaziguar a situação explicando que levava tempo para uma pessoa substituir outra no mesmo nível, às vezes a perda é irrecuperável, nunca se consegue alguém à altura, mas tínhamos que buscar meios de conviver com isso. Então perguntei porquê o substituto estava desagradando tanto. Daí ela esbravejou que antes ela nem sabia que existiam o Renato e o André, nossos colegas desenvolvedores, que tratava tudo unicamente com o analista, portanto o pessoal de desenvolvimento era uma caixa-preta. Eu respondi prontamente que então ela devia agradecer pela perda do analista, pois senão ela nunca teria tido a felicidade de poder conhecer nossos adoráveis colegas desenvolvedores. Eles que tantas vezes ficaram até tarde preocupados em resolver um problema porque sabíam que era importante para ela. O Renatinho que é todo tímido, mas que gostava de um rock e tinha ido no show do Pearl Jam. O André, amante dos vinhos, compartilhou tantas dicas incríveis. Que bom que finalmente ela teve a benção de conhecer os seres humanos maravilhosos que trabalham para atendê-la há tantos anos. Eu poderia contar incontáveis ‘causos’ do quanto minha convivência direta diária com eles tinha me agregado na vida. Muitas vezes as chefias querem tratar a área de desenvolvimento como um monte de caixinhas-pretas com perninhas, como se fossem objetos, desumanizando. Concluí que ela devia era agradecer por aquela situação ter-lhe proporcionado tal experiência. Ela se calou por uns instantes e disse: ‘O Renatinho é mesmo um amor, né?’.”

“Em um seminário, eu e um colega pegamos uma fila para pegar um brinde de uma das consultorias patrocinadoras. Quando abrimos o pacotinho, meu colega ficou indignado: ‘Um bloco de notas, não tem nada mais anti-ecológico, pô!’. Achei um pouco exagerada a reação, perguntei porquê ele achava isso. Ele respondeu: ‘Olha quantas árvores foram derrubadas!’. Ele ficou então por 5 minutos folheando o bloquinho, analisando a qualidade da capa e do papel. Então voltou em direção à fila e disse: ‘Vou pegar mais um’. Daí foi que não entendi nada, e retruquei ‘Não é anti-ecológico?’. Ele respondeu: ‘Ah, mas não é para mim não…’. (?!)”

“Quero alguém que me ama. Quero alguém que eu ame. Quero alguém que ele combina comigo e eu combino com ele. Porque só o amor não basta.”

“Não gosto das coisas forçadas.”

“Josi, escuta! São belas as cicatrizes. Tem movimento, são sinuosas… Como lacraias subindo pelas pernas, desenhando curvas, arrepiando os sentidos, tão articuladas…”

“O amor verdadeiro nunca acaba. Com o tempo, ele fica num cantinho, guardadinho, quietinho, onde não faz mal a ninguém.”

“Em um momento crítico em que todo mundo arranjou motivo para fazer o errado, eu fiz a coisa certa, e isso ninguém pode me tirar.”

“O moralismo (não-hipócrita) dificilmente sobrevive à maturidade.”

“Sem o sofrimento, dificilmente aprendemos a dar valor ao que um dia tívemos fácil, e era importante. O problema é que, após adquirir tal sabedoria, dificilmente também se tem outra chance…”

“Nenhum dos dois sabía de nada, estávamos sozinhos nesta descoberta. Um esperava pelo outro e íam assim revesando na dianteira. Um mais que o outro… Os anseios de um éram muito diferentes do outro, ao final não foi nada demais para nenhum. O caminho construído juntos foi mais importante, especial e inesquecível do que o fim da trilha, que foi bobinha, e não foi nem o fim, foi outro começo daquela brincadeira de tatear no escuro sem medo de bicho-papão.”

“Ela nem se preocupava com ele, achava que ele sabia de tudo. Ele pensava que se preocupava com ela, mas no fundo estava mesmo era preocupado consigo mesmo.”

“‘Não vou ficar de braços cruzados esperando!’. ‘Ok… Mas precisa ficar de perna aberta?’.”

“Não é o comércio que vai me dizer o dia de visitar e comprar presente para minha mãe.”

“Existe uma valorização do que é difícil, independente de ser relevante e útil.”

“Eu não cabia naquela cidadezinha. Eu queria conhecer o mundo.”

“Sou um espírito livre.”